Polícia vai apurar menores em festa

A Polícia Civil (PC) de Salinópolis deve instaurar, ainda hoje, um inquérito para apurar adenúncia feita pelo DIÁRIO, na edição do último domingo (17), sobre o flagrante da presença de menores em um evento na barraca Paradise. Havia até adolescentes comprando bebidas alcoólicas nos bares do local. A entrada irregular de crianças e adolescentes e a venda de bebidas a menores foram flagradas na última sexta-feira (8), na inauguração da programação de verão da Paradise, na praia do Atalaia.

Segundo a assessoria da PC, o promotor do Ministério Público de Salinópolis, Gustavo de Azevedo, encaminhou ofício ao delegado titular da PC, Vicente Leite, solicitando apuração do caso. Ainda não foi definido quem vai presidir o inquérito. Hoje, está programada uma reunião entre o delegado e os proprietários da Paradise, para tratar do assunto.

Ainda segundo a assessoria da PC, essa primeira conversa será no sentido de apurar que tipo de controle está sendo feito para evitar a entrada de menores na Paradise e buscar alternativas para que o episódio não volte a ocorrer. De acordo com o conselheiro tutelar de Salinópolis, Denno Silva, a entidade também se reunirá hoje com a Promotoria de Justiça, para decidir o que será feito a respeito da barraca. Se forem considerados culpados, os responsáveis pela Paradise podem pegar de 2 a 6 anos de prisão e o estabelecimento será fechado. PUNIÇÕES A PAIS

Segundo Denno Silva, os pais das crianças e dos adolescentes que entraram na festa também são passíveis de sofrer penalidades. Em decorrência de os filhos estarem em ambientes inapropriados, podem receber um Termo de Advertência, que alerta ao responsável que o menor não poderá entrar novamente no local.

Outra penalidade possível é o Termo de Responsabilidade, onde o responsável se compromete a manter a criança longe do referido ambiente e de bebidas alcoólicas. Caso o responsável não cumpra esses termos, o Conselho redireciona o caso ao Ministério Público, que determinará as punições.

FLAGRANTE MENORES DE IDADE

Na barraca Paradise, em Salinas, os jovens entraram no local sem fiscalização, apresentação de documento de identidade ou qualquer declaração que permitisse sua presença no espaço. Além disso, alguns deles chegaram a comprar e consumir bebidas alcoólicas no ambiente, o que contraria a legislação.

O local foi montado este mês, com programação de shows durante todo o período de férias. Na entrada, a reportagem do DIÁRIO verificou que não se faz a triagem correta para impedir a entrada de menores.

“Ambiente é impróprio para menores”

A entrada de crianças e adolescentes na festa da Paradise, em Salinas, é vista como crime pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que considera impróprio esse tipo de recinto para menores. “Em ambientes fechados, com concentração de bebidas alcoólicas, não é permitida a entrada de menores em nenhum horário. Nem mesmo com a presença dos pais”, alerta o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdac), Heraldo Coelho.

Segundo ele, em época de férias a situação fica ainda mais séria, já que, nesse período, aumenta o consumo de bebidas alcoólicas nesses tipos de festas, realizadas nas barracas de Salinas. “É um ambiente impróprio para menores”, destaca. OPINIÃO POPULAR

A professora Lara Santos, 27 anos, acredita nessa afirmação. Para ela, crianças e adolescentes apenas poderiam participar de festas e eventos durante o dia e acompanhados dos pais. “Mesmo que o menor não beba, o próprio ambiente pode incentivar o consumo no futuro, porque desperta a curiosidade”, opina Lara.