‘Racismo é uma acusação pesada’, defende-se mãe de debutante que usou atores negros vestidos de escr
- Alexandre Meireles
- 16 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
Para a família da jovem de 15 anos que usou atores negros vestidos de escravos em fotos da festa de debutante, em Belém, a acusação de que o ato é racismo é exagerada. “O racismo é uma acusação pesada. Em nenhum momento passou pela nossa cabeça menosprezar uma raça, tanto que em nossa família existem negros e índios”, declarou a mãe da adolescente, a empresária Bianca Castilho, em entrevista exclusiva ao G1, nesta quinta-feira (15).
As fotos dos preparativos da festa foram publicadas nas redes sociais pela cerimonialista do evento, que tem como tema Jardim Imperial. A debutante aparece sendo servida e vestida por negros. O ensaio foi realizado em um sítio na quarta-feira (14), na região metropolitana. O caso ganhou repercussão da web e indignou os internautas, que consideraram a situação racista.
“Precisam saber o que de fato se passa por trás da imagem, qual o real significado. A escravidão é algo que é fato, sabemos que ainda existe o racismo! E a foto foge do tema real da festa da debutante que é o imperialismo, ‘Jardim imperial’. É fácil criticar sem ter base acerca do assunto, pois é bem mais abrangente!”, disse a mãe.
Bianca disse que sua família está assustada com a repercussão das fotos. “Elas foram interpretadas de forma deturpada”, considera. De acordo com a empresária, a família avalia a possibilidade de acionar a Justiça. “Queríamos acrescentar que a pessoa que evidenciou a postagem acrescentou palavras à imagem que viralizou na internet. Podemos até processar a pessoa que começou todo esse movimento em desfavor do sonho em ter uma festa de 15 anos, que é o momento único para uma adolescente como a minha filha”.
A cerimonialista do evento, Lorena Machado, apagou as fotos e chegou a emitir uma nota de esclarecimento nas redes sociais, que também já foi apagada. Segundo ela, a produção nunca quis ofender nenhum negro.
"Há esse mito da 'boa escravidão'. É bonito ter uma mucama servindo a filha e os convidados. Mas não dá pra fazer uma festa com uma pessoa em condição de violência".
A ativista comenta que ainda que, no episódio, possa não ter ocorrido a intenção de racismo, os envolvidos foram, sim, discriminatórios
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